Inimigo de 40% da população do país, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o colesterol alto pode desencadear doenças cardiovasculares – como problemas cardíacos, acidente vascular cerebral (AVC), isquemia e trombose –, além de obesidade, hipertensão e outras condições graves. Os níveis elevados de gordura no sangue podem ser silenciosos e não apresentar sintomas, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta o risco de complicações.
De acordo com o Ministério da Saúde, uma das razões para a alteração do colesterol é o consumo exagerado de gordura saturada e gordura trans, presentes em comidas de origem animal, como carnes, ovos, derivados do leite e embutidos. Também são potencializadores produtos ultraprocessados, como bolos prontos, sorvete, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, biscoitos e margarina.
Além desses fatores, o colesterol alto pode ser determinado pela hereditariedade, mesmo em pessoas que não comam alimentos industrializados e gordurosos. Por isso, a SBC enfatiza a importância de realizar exames regulares de sangue para monitorar os níveis de colesterol. O profissional da área é capaz de avaliar os resultados laboratoriais e clínicos, identificar o quadro de cada paciente e indicar o tratamento adequado, quando necessário.
Para manter o colesterol controlado e a saúde em dia, é necessário visitar o médico periodicamente, praticar exercícios físicos e adotar uma alimentação balanceada – com a ingestão de alimentos naturais ou minimamente processados. Quem já sofre com doenças cardiovasculares, por exemplo, também deve mudar o estilo de vida, além de fazer o controle e o tratamento por meio da prescrição de medicamentos, conforme o Ministério e a SBC.
Diabetes aumenta a probabilidade de colesterol alto
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com a doença têm alta probabilidade de desenvolver níveis elevados de colesterol. Fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, hipertensão arterial e colesterol alto, são frequentes em pessoas com esse problema. Dados da sociedade mostram que aproximadamente 3% dos indivíduos diabéticos têm também doença cardiovascular.
A relação da patologia com doenças cardiovasculares ocorre porque o diabetes pode causar lesões nos vasos sanguíneos, devido aos níveis elevados de açúcar no sangue. Essa glicemia junto ao excesso de gordura no sangue foram placas nos vasos sanguíneos. As placas tomam os vasos mais estreitos, reduzindo o fluxo normal do sangue. Além disso, podem dar origem a tromboses agudas, levando ao infarto ou derrame.
Nesse sentido, é imprescindível que pessoas com diabetes mantenham o cuidado com a saúde e sigam o tratamento prescrito pelo médico. Além de controle do colesterol alto, dieta balanceada e estilo de vida ativo, o uso de medicações específicas como o Rybelsus, por exemplo, pode auxiliar na gestão eficaz dos níveis de glicose. Os benefícios do Rybelsus 7mg incluem o controle glicêmico e a consequente redução do risco de complicações associadas à doença.
Controle dos fatores de risco não pode ser negligenciado
Segundo o Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade, coordenado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), pacientes de mais de 300 unidades básicas de saúde de 32 cidades do estado não controlam de maneira adequada alguns dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares como hipertensão, diabetes e colesterol.
A pesquisa foi feita com quase 8 mil pessoas avaliadas presencialmente por médicos, enfermeiros e outros agentes de saúde e revelou que a maioria estava obesa ou com excesso de peso. Além disso, os dados mostraram que mais da metade dos pacientes acompanhados pelo levantamento não pratica nenhuma atividade física. Os resultados foram publicados no Global Heart, da World Heart Federation, periódico científico de destaque na área da cardiologia.
O fator de risco menos controlado pelas pessoas foi o colesterol. De acordo com o estudo, ainda que o uso de medicação fosse feito para controle do problema, apenas 13% dos pacientes apresentaram valores considerados normais. Em relação às pessoas que utilizam drogas hipolipemiantes, somente 5,2% tinham níveis de colesterol dentro dos parâmetros ideais.
A pesquisa mostrou ainda que o controle da pressão arterial e o cuidado com a diabetes estão muito aquém do esperado. Dos pacientes hipertensos que usam medicação anti-hipertensiva, apenas 34,9% estavam com os níveis de pressão dentro da meta. Além disso, somente 1 em cada 4 idosos com mais de 60 anos medicados mantêm a hipertensão sob controle. Já dos pacientes com diabetes, 64% – percentual considerado baixo, segundo a pesquisa – apresentaram níveis glicêmicos aceitáveis.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, em entrevista à imprensa, os resultados mostram a realidade de que, mesmo com conhecimento sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a maioria dos pacientes não os controla corretamente. Foi indicada ainda a necessidade de promover novas pesquisas para descobrir o que impede um monitoramento mais rigoroso do colesterol alto, da diabetes e da hipertensão, para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de prevenção e controle das doenças.