As filmagens do filme “Carolina – Quarto de Despejo” terminaram no Rio de Janeiro. O longa é dirigido por Jeferson De e tem a atriz Maria Gal como protagonista. Ele adapta a famosa obra “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, escrita por Carolina Maria de Jesus, que foi publicada em 1960.
As gravações aconteceram em vários lugares da cidade, incluindo a Assembleia Legislativa do Rio e o Recreio dos Bandeirantes. Elas também foram realizadas nos Estúdios Quanta Rio. Lá, o cenário da favela do Canindé, dos anos 1950, foi recriado em um espaço de mais de 400m². O diretor de arte, Billy Castilho, utilizou tecnologia moderna, com dois telões de LED que totalizam mais de 70m².
Esse filme é uma colaboração entre as produtoras Move Maria, Raccord Produções e Buda Filmes. A Globo Filmes é uma das coprodutoras, e a Elo Studios vai distribuir o filme. O roteiro ficou por conta de Maíra Oliveira.
A adaptação do livro, que é um dos mais importantes da literatura nacional, teve participações especiais. Vera Eunice, filha de Carolina Maria de Jesus, atuou no filme junto com Maria Gal e com Laura Vick, que faz o papel da jovem Vera. Em um momento emocionante, o elenco ouviu Vera relembrando sua infância ao lado de sua mãe, o que tocou a todos.
Além disso, tiveram participações das escritoras Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz e Fernanda Felisberto em uma cena que faz referência ao famoso filme ‘Central do Brasil’. No longa, Carolina preenche fichas de despejo para os moradores da favela, enquanto as escritoras representam as mulheres da comunidade que pedem ajuda.
Durante a filmagem, a equipe recebeu visitas ilustres. Lázaro Ramos e o diretor musical Jarbas Bittencourt estiveram no início das gravações. A atriz Glória Pires e a cineasta Rosane Svartman, que é produtora associada, também compareceram.
Para homenagear Carolina Maria de Jesus e Lucas Colombo, filho da atriz Ju Colombo, que faleceu repentinamente nos EUA, a equipe montou um altar com fotos durante toda a filmagem.
O filme conta a história de Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra e catadora de papel. Ela transformou seu cotidiano no Canindé em arte, e suas anotações mostram a luta diária para alimentar seus filhos. Carolina se tornou a primeira escritora negra brasileira reconhecida internacionalmente, com mais de um milhão de livros vendidos em mais de 40 países. Seu trabalho foi traduzido para 14 idiomas.
O elenco conta com vários nomes conhecidos, como Raphael Logam, Clayton Nascimento, que também é responsável pela preparação do elenco, Liza Del Dala, Carla Cristina Cardoso, e Ju Colombo. Outros artistas que participaram incluem Fábio Assunção, Caio Manhente, Jack Berraquero, Alan Rocha, Thawan Lucas e Raphael Raposo, entre outros.
O filme promete ser emotivo e retratar de forma sensível a vida e a trajetória de Carolina Maria de Jesus. A equipe se dedicou para que cada cena transmitisse a força e a realidade da vida na favela, mostrando a importância da escrita na vida de Carolina e seu impacto no Brasil e no mundo.
Além do talento dos atores, o filme também conta com uma equipe técnica qualificada, que trabalhou em conjunto para conseguir uma produção de alta qualidade. A trilha sonora, os figurinos e a direção de arte foram pensados com carinho para dar vida à obra de Carolina.
Esperamos que “Carolina – Quarto de Despejo” não só emocione o público, mas também traga à tona discussões importantes sobre a realidade das favelas e a luta das mulheres que, como Carolina, resistem e escrevem sua própria história.
A recepção do filme será acompanhada com atenção, já que ele representa um marco na filmografia brasileira. É uma chance de apresentar a nova geração a uma figura tão essencial da literatura e história do Brasil.
Ainda mais, por meio do filme, a história de Carolina Maria de Jesus continua viva, inspirando muitos a conhecer e valorizar a arte que pode surgir mesmo das condições mais adversas. Essa adaptação é um tributo ao seu legado e ao impacto que teve no mundo literário.
Com toda a preparação e amor envolvidos na produção, “Carolina – Quarto de Despejo” promete ser mais que uma simples adaptação; será uma celebração da vida e da resistência de uma mulher extraordinária, que conseguiu transformar dor em poesia.
Ao final, a história de Carolina não é apenas a dela, mas de muitas mulheres que vivem e sobrevivem em contextos similares. Essa é uma oportunidade de refletir sobre a força e a resiliência que existem em cada um de nós, nas nossas comunidades.
Fiquemos atentos às novidades que surgirão em torno do lançamento desse filme, que certamente será um capítulo importante na história do cinema brasileiro. A expectativa é grande e a torcida para que todos possam vibrar com essa narrativa tão impactante e necessária.
